Você já ouviu falar sobre os mil dias de vida?

Em 2008, a revista americana The Lancet introduziu o conceito sobre os primeiros mil dias de vida, que se inicia na concepção do feto até os 2 anos de idade. O que tem de tão importante nesse período? É uma janela de oportunidade para criar um futuro brilhante e mais saudável. Nesse período de enorme vulnerabilidade, quando o cérebro da criança começa a se desenvolver, a base da alimentação é implementada, gerando impacto para a saúde ao longo da vida. A nutrição tem um papel fundamental no desenvolvimento nos primeiros mil dias de vida, uma má nutrição repercute em danos ao desenvolvimento físico, cognitivo, e posteriormente para doenças crônicas, como obesidade, diabetes. Mamães e bebês precisam de uma boa nutrição para estabelecer as bases para as futuras habilidade sociais, motoras e cognitivas da criança, sucesso escolar e produtividade. É muito importante aproveitar essa janela.

Os benefícios do aleitamento materno

A amamentação é muito mais do que apenas transferência de leite materno. Além de ser um alimento crucial para nutrição do bebê, esse momento do contato pele a pele direto, estimula interações complexas, desempenhando um papel importantíssimo no crescimento infantil, na estrutura craniofacial, no desenvolvimento psicológico e sociais para mãe e bebê. A alimentação ao seio materno atende as necessidades nutricionais, metabólicas, imunológicas e confere estímulo psicoafetivo ao bebê. Além desses benefícios, leva a uma redução no risco de várias doenças nos primeiros anos de vida, tais como: anemia, infecções gastrointestinais, atopias, asma, obesidade, diabetes do tipo 2. Por trás desses benefícios para o bebê, não podemos esquecer da redução do risco de doenças crônicas na mãe, como diabetes tipo 2, doença cardiovascular, câncer de ovário e mama. Vários benefícios não é mesmo? Espero que essas informações lhe fortaleçam mamãe na jornada da amamentação. E lembrem-se tenha uma rede de apoio e uma pediatra para auxiliá-la.

Novidade no teste do pezinho do bebê

O teste do pezinho foi introduzido no sistema único de saúde (SUS) em 1992, esse exame é uma triagem de doenças graves, visando um diagnóstico precoce e o tratamento adequado mais rápido possível. Em 2021, foi aprovada a lei para implementação do teste do pezinho ampliado pelo SUS, mas esse exame já se encontra disponível em laboratórios particulares. Por meio do teste ampliado podemos identificar, ainda nos primeiros dias de vidas, 48 doenças dos erros inatos do metabolismo e 85 doenças de imunodeficiências, permitindo um diagnóstico precoce, antes de iniciar os primeiros sintomas de tais doenças tão graves, que a ameaçam a vida, sendo possível indicar o melhor tratamento para elas. Qual o exame que detecta precocemente as imunodeficiências?  São os Trecs e Krecs, para saber mais, converse sobre com a pediatra ou alergologista.

Diferenças entre intolerância a lactose e alergia a leite de vaca

Uma dúvida bastante frequente, até mesmo muito confundido é intolerância à lactose e alergia a proteína do leite de vaca (APLV). São diagnósticos completamente diferentes e o paciente precisa entender qual é o seu para correto tratamento. A intolerância à lactose, é decorrente a digestão prejudicada do açúcar do leite, que ocorre através de uma enzima (lactase), quando temos uma deficiência da enzima, não conseguimos degradar bem o açúcar, sendo acumulado e ocasionando os sintomas da intolerância, como gases, distensão, diarreia e dor. Diferentemente da alergia, que essa é decorrente da reação exagerada do sistema imune ao contato com a proteína do leite, portanto alimentos sem lactose, são alimentos que irão manifestar sintomas no paciente com APLV, para um melhor diagnóstico e orientação, é necessária uma avaliação do Alergologista.

Janela imunológica é o período em que o nosso sistema imune estar mais aberto a aprender e desenvolver a resposta imunológica adequada após a exposição a um alérgeno. Ultimamente esse termo tem sido bastante falado na introdução alimentar, que só estar indicado iniciar após 6 meses de idade. Ao longo do tempo, notou-se que uma exposição tardia dos alimentos considerados mais alérgicos só aumentava a chance de o corpo reagir de forma errada ao ter o contato com tal alérgeno, em outras palavras, aumentavam a chance de ter alergia alimentar. Portanto, o melhor período para oferecer maior variedade dos alimentos é entre os 6 a 9 meses de idade. Lembrando que nesse período a alimentação do bebê é preparada separadamente da comida dos adultos!! Além de ser o melhor período para organismo reagir de forma adequada, já está claro que a exposição precoce e frequente a vegetais, frutas durante a infância pode desempenhar um ótimo papel na receptividade a longo prazo de seus sabores.

O consumo de alimentos cru, principalmente hortaliças e frutas que não foram devidamente higienizadas podem se tornar inseguros para saúde, pelo risco de contaminação por microrganismos. É muito comum, nós consumidores não sabermos a forma adequada que deve ser feita essa higiene básica, até mesmo quais devem ser higienizados, que são todos in natura (frutas, verduras e legumes), portando vou explicar um passo a passo simples, que deve ser feito antes do consumo desses alimentos tão importantes para nossa saúde e bem-estar. Primeiramente, remova raízes e partes deterioradas, após lave em água corrente, um a um, utilize solução de hipoclorito para desinfetar os microrganismos, pode ser as soluções prontas que já vendem no setor de hortaliças, como também pode ser utilizado água sanitária (sem alvejante) 10ml para cada litro de água. Deixe agir por 15 minutos, depois você coloca em solução com bicarbonato de sódio (1 colher para 1 litro de água) para reduzir os agrotóxicos), após 15 minutinhos, lave em água corrente, seque e guarde na geladeira. Outra forma de reduzir contato com agrotóxicos, é consumir as frutas da estação.

Com o aumento das doenças alérgicas e autoimunes nos últimos anos, a teoria da higiene começou a ser mencionada. A hipótese associa da falta de exposição a microrganismos, uso recorrente de antibióticos, antiparasitários, falta de contato com a natureza, animais, ambientes excessivamente limpos, levam a uma dificuldade do nosso sistema imune em tolerar agentes estranhos. Dentro dessa hipótese, já foi comprovado os benefícios a exposição precoce aos animais, ambientes rurais, abertos com menor desenvolvimento de alergia no futuro. Então, vamos estimular e proporcionar o contato com natureza para nossas crianças.

Anafilaxia é a reação alérgica IgE mediada mais grave, imprevisível e grande parte dos casos tem início rápido, logo após o contato com alérgeno e pode levar a morte. Tem uma incidência no mundo em torno de 1 para cada 300 pessoas, sendo a forma fatal rara. Independente da gravidade, a anafilaxia precisa ser avaliada e orientada por um especialista. Quais sintomas? A anafilaxia não é sinônimo de edema de glote. Ela pode se manifestar simultaneamente em vários sistemas do corpo, sendo o mais comum é a pele, cerca de 90%, urticária, angioedema e coceira no corpo todo, seguido do sistema respiratórios (falta de ar, sibilos/chiado), sintomas circulatórios (queda de pressão, perda de consciência), sintomas gastrointestinais graves (vômitos repetidos, cólicas intensas). Reconhecer rapidamente pode prevenir a evolução para gravidade. É possível prevenir a reação? Sim, através da exclusão do causador da reação alérgica, mas infelizmente nem todos os causadores podem ser totalmente excluídos, podendo haver uma exposição acidental, como picada de abelha, consumo de um alimento não informado. Por isso, paciente com histórico de reação alérgica deve consultar um alergista para ser orientado sobre quais sintomas deve suspeitar e cuidados são necessários.

Adrenalina é o único medicamento comprovado com eficácia na anafilaxia, sendo então a única medicação capaz de reverter todos os sintomas da anafilaxia. Medicamentos, antialérgicos, corticoides, não garantem o controle da evolução dos sintomas do paciente. O paciente e a família precisam ter conhecimento sobre o que é a caneta, como adquiri-la e quando deve ser utilizada.  A consulta com o alergologista é imprescindível para orientar como ter maior segurança para os pacientes alérgicos. 

A imunoterapia é uma técnica aplicada há mais de 100 anos, também conhecida como a vacina da alergia. Ela é personalizada de acordo com alérgeno específico que o paciente é sensibilizado, após a realização do teste alérgico. Permanece sendo como o único tratamento na alergia modificador do curso da doença, além dos seus benefícios perdurarem após o término do tratamento. Como é administrada? A imunoterapia alérgeno específica pode ser aplicada tanto por via subcutânea (injeção), como por via sublingual. Para quem está indicada? Está indicada para adultos e crianças com diagnósticos de doenças alérgicas, por exemplo a rinite alérgica, asma, dermatite atópica e alergia a insetos.

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